9 de setembro de 2008

Paris, je t'aime

O que pode haver em comum na história de uma vampira apaixonada por um mochileiro, um mímico melancólico, uma imigrante mexicana que trabalha como baby-sitter e um guarda de estacionamento sem dinheiro? Fácil: Todos estão apaixonados em Paris - e por Paris.

Em uma montagem de vários filmes de curta-metragem, nos quais cada história se passa em um arrondissement da cidade, o filme Paris, je t'aime, de 2006, conta histórias de amor engraçadas, tristes e algumas vezes surreais de pessoas comuns que vivem nas mais diversas partes da cidade.

Nomes de peso, como Nick Nolte, Natalie Portman, Sergio Castellitto, Juliette Binoche e Gerard Depardieu estão reunidos nesta bonita homenagem feita para a Cidade-Luz. Cada parte do filme foi criada por um diretor diferente - diretores de diversos estilos, de diversas partes do mundo. E cada um mostra seu modo particular de declarar seu amor à cidade. Entre eles estão os irmãos Coen, Alfonso Cuaron, e os brasileiros Walter Salles Jr. e Daniela Thomas (uma parceria que sempre deu certo), misturando cenas do centro histórico de Paris à imagens mais soturnas de bairros humildes da cidade.

A mensagem que costura cada uma dessas partes é que o amor pode chegar a qualquer pessoa, em qualquer lugar de Paris - como, por exemplo, para o motorista que conhece o amor de sua vida enquanto procura uma vaga de estacionamento nas ruas estreitas de Montmartre, ou para a atriz americana que chama a atenção de um rapaz cego que passava na rua enquanto ensaia um de seus papéis.

Um filme bonito, tocante e, algumas vezes também, estranho (por que não?). Coloquei no post um extrato do filme. A parte que conta a história de uma americana solitária que vem à Paris para aprender francês. Esse trecho - um dos mais bonitos, na minha opinião - mostra situações engraçadas (através das dificuldades que ela ainda tem com o idioma, ao confundir Simon Bolivar com Simone de Beauvoir) e sensíveis, como em uma cena verdadeiramente sublime: o exato momento em que ela descobre que está irremediavelmente apaixonada pela cidade e a cidade por ela, mostrando que para sentir a vida em plenitude por aqui basta ter sangue correndo nas veias, um sandwiche nas mãos e um banco de praça - Paris se encarrega de todo o resto. Essa cena grudou em minha memória desde que vi esse filme em uma das poucas salas que o exibiram em São Paulo.

Paris, je t’aime é um carrossel de emoções. Um filme para rir, chorar, torcer o nariz, aplaudir e se emocionar. A única coisa impossível é ficar indiferente.

No Submarino: Paris, je t'aime
Na Fnac: Paris, je t'aime

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